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As competências socioemocionais e saúde mental da infância à juventude no espaço escolar



No Brasil, em 2021, aproximadamente um em cada seis crianças/adolescentes/jovens entre 10 e 19 anos de idade vivia com algum transtorno mental, “parcela mais exposta ao risco de automutilações, depressão e suicídio” (UNICEF, s.d). Acentuando esses dados, a pandemia e os efeitos do isolamento social colocaram em pauta a importância das estratégias de proteção e das conexões afetivas no fortalecimento da saúde mental, em toda complexidade que compõe este conceito (UNICEF, s.d).

Mais do que ausência de transtornos mentais, a saúde mental, segundo a Organização Mundial da Saúde (WHO, 2004, p.59), é "um estado de bem-estar mental que permite que as pessoas lidem com o estresse da vida, percebam suas habilidades, aprendam e trabalhem bem e contribuam para sua comunidade”. Desta forma, trata-se de “um componente integral da saúde e do bem-estar que sustenta nossas habilidades individuais e coletivas para tomar decisões, construir relacionamentos e moldar o mundo em que vivemos" (WHO, 2022).


Isto é, a saúde mental envolve autoconhecimento (na percepção das próprias habilidades), regulação emocional (para lidar “com o estresse da vida”), empatia, autonomia e cooperação (ambos para construir relacionamentos e tomar decisões conscientes). Portanto, saúde mental tem conexão com competências socioemocionais, principalmente no fortalecimento da resiliência.


Neste contexto, a publicação “Como as competências socioemocionais promovem saúde mental?”, escrita por Paula Salas (NOVAESCOLA, 2018), discute como as crianças podem desenvolver habilidades para lidar com situações difíceis e com os sentimentos que elas despertam, compreendendo que as (re)ações têm consequências. E argumenta que o desenvolvimento de competências socioemocionais, que os estudantes praticam com mediação do/a professor/a, possibilita que criem um repertório de estratégias positivas de enfrentamento em situações de conflito.


Crianças/adolescentes/jovens com este repertório dispõem de mais estratégias para lidar com o sofrimento, tanto pela regulação emocional, quanto na iniciativa de recorrer à ajuda (inclusive de professores), especialmente, quando já trabalham essas questões no ambiente escolar. Em consonância, “os programas de aprendizagem social e emocional baseados na escola estão entre as estratégias de promoção [da saúde mental de crianças e adolescentes] mais eficazes” (WHO, 2022).


Ter a habilidade de identificar e implementar essas estratégias positivas é uma atitude fundamental para a saúde mental, sobretudo na prevenção de comportamentos autodestruitivos até mesmo de suicídios (NovaEscola, 2018). E para trabalhar com as competências na escola, cabe o desenvolvimento integral, principalmente socioemocional, do/a educador/a referente a reflexão sobre sua forma de estabelecer relações e sentimentos e regular suas emoções.


Desta forma, ao invés de doar conteúdo, o/a professor/a cria condições que favorecem a educação emancipatória, o desenvolvimento de competências socioemocionais, proporcionando espaços seguros de escuta e reflexão, “para que todos tomem consciência de si e aprendam a analisar e dar sentido às próprias experiências” (MEC, 2021).


Destaca-se ainda a importância da formação vivencial do/a Educador/a em competências socioemocionais, que assim como os estudantes, demandam acolhimento e, nesse processo, desenvolvem autoconhecimento e autocuidado, transformando sua vida e prática pedagógica. Nesse contexto, a escuta ativa e validação de seus sentimentos e desafios em sala de aula é um pequeno passo elegante que a gestão escolar pode implementar para trabalhar as habilidades socioemocionais do/a professor/a (NovaEscola, 2018).




MEC. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Saúde mental e saúde emocional (BNCC) e educação. (Módulo 2). Curso de Aperfeiçoamento em Bem-Estar no Contexto Escolar. 2021. Disponível em: https://avamec.mec.gov.br/ava-mec-ws/instituicao/seb/conteudo/modulo/4417/mod2/slide39.html


NovaEscola. Como as competências socioemocionais promovem saúde mental? (Paula Salas). Publicado em 02/10/2018. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/12664/como-as-competencias-socioemocionais-promovem-saude-mental


UNICEF. Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância. Saúde mental de adolescentes: A pandemia reforçou a urgência de medidas para garantir o bem-estar de toda uma geração. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/saude-mental-de-adolescentes


WHO. World Health Organization. Promoting mental health: concepts, emerging evidence, practice (Summary Report) Geneva: World Health Organization; 2004. https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/42940/9241591595.pdf


WHO. World Health Organization. Saúde mental: fortalecendo nossa resposta. Publicado em 17 de junho de 2022. Disponível em: https://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/mental-health-strengthening-our-response




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